Guerra nas estrelas: No Brasil, esses franceses são a opção mais em conta para rodar por aí de cabeça fresca!
Morar numa cobertura, com espaço ao ar livre e uma bela vista, é o sonho de muita gente. Ainda que a parte superior seja visitada com pouca freqüência, é bom saber que ela está lá, que o prazer de aproveitar a brisa em boa companhia está garantido. Em relação aos conversíveis, ocorre algo semelhante.
Que ninguém se iluda quanto ao tempo de uso do carro com o teto aberto, ainda mais por aqui, onde o sol é implacável e a cultura dos vidros fechados é questão de segurança nacional. Mas é bom saber que, ao toque de um botão, você pode desfrutar da impagável sensação de dirigir numa boa estrada sob céu estrelado numa noite de verão. Isso sem ter de abrir mão da beleza das linhas de um cupê, quando o tempo (e a capota) fechar. Conversível barato ainda está para nascer, mas reunimos os dois exemplares mais acessíveis do nosso mercado: 307 CC e Mégane Cabriolet.
Tudo bem, sabemos que classificar como acessíveis carros com preço acima de 120 000 reais pode soar como uma provocação - mas não é. Serve como atenuante o fato de o modelo conversível mais barato de nosso mercado, depois desses dois, ser o Audi TT Roadster, que custa 234 000 reais. E um BMW 335i Cabrio chega a exorbitantes 319 000 reais. Mégane e 307 custam, respectivamente, 124 890 e 145600 reais.
O pacote de equipamentos dos dois carros é bem parecido. Eles só existem na versão automática e seqüencial e já trazem de série direção assistida, ar-condicionado digital, trio elétrico e capota com acionamento elétrico. Os dois têm a vantagem de ter famílias enraizadas no Brasil - ok, o 307 é argentino - e compartilharem boa parte de suas peças. Mas o Mégane se dá melhor por oferecer maior garantia - de três anos, a mesma do sedã, contra apenas um ano do Peugeot - e por custar 20000 reais a menos que o rival.
Teto de vidro
Para os compradores desse tipo de carro, beleza é sim fundamental. O 307 tem linhas cativantes e aparência mais agressiva. O Mégane oferece exclusividade por ter o visual do modelo europeu, que não é vendido aqui. E tem no teto, desenvolvido pela Karmann, seu maior trunfo: ele é feito de vidro e deixa transparecer a luz natural, filtrando o calor. As duas carrocerias contam com uma boa dose de reforços estruturais para compensar a "falta" do teto rígido. Nos dois carros as colunas de pára-brisa são reforçadas e um dispositivo anticapotamento levanta os encostos de banco traseiro a fim de proteger os ocupantes. A grande preocupação de quem compra - e fabrica - esses carros é o nível de ruído, gerado pelo contato entre partes quando a carroceria torce. Os grilos habitam ambos os modelos, mas são mais pronunciados no Mégane, ainda que nossos testes tenham assinalado níveis de ruído interno bem próximos. Não ajuda, nesse capítulo, tanto o Renault, quanto o Peugeot, usarem rodas aro 17. Com isso, as vibrações do solo são transmitidas para a suspensão e, conseqüentemente, para a carroceria.
Na cabine, o 307 leva vantagem. Couro e alumínio travam uma disputa territorial interna. Revestindo bancos e painéis das portas, o couro vence. Com exceção dos mostradores com fundo branco e do volante com detalhes de alumínio, o painel é o mesmo do hatch. No console central ficam dois botões. Um deles abaixa os quatro vidros ao mesmo tempo. O outro realiza o serviço de abertura da capota. Tudo é feito em 25 segundos.
Já no Mégane o interior é basicamente o mesmo do sedã e da perua: painel, volante, comandos da coluna, console, rádio, revestimento das portas. As diferenças começam na grafia dos mostradores, mais moderna, e na iluminação, branca em vez do laranja que habita o painel dos modelos nacionais. No console onde fica o manche que faz o papel de alavanca de freio de mão também há duas teclas: uma para abrir e fechar todos os vidros de uma só vez e outra que comanda o mecanismo de recolhimento do teto transparente. O processo de abertura é automático e mais rápido. Não há travas manuais na carroceria e a seqüência leva 22 segundos. E, assim como no Peugeot, um sinal sonoro indica o fim do processo, tanto para abrir quanto para fechar. Não tem segredo.
Levar amigos para passear em qualquer um dos conversíveis é uma festa, desde que com a capota aberta. Com ela fechada, o programa vira confinamento. O Mégane privilegia o espaço para a cabeça, mas aperta os joelhos de dois adultos. No 307, é o contrário. As pernas vão bem, mas a cabeça vai raspando no vidro traseiro. O porta-malas do Renault é uma surpresa. Leva 490 litros, desde que a capota não esteja recolhida. Na opção conversível, a capacidade cai para 190. O do Peugeot chega perto: são 417 litros com o teto fechado. Aberto, ele dá o troco e leva 232.
Ao volante, os dois carros são parecidos. Utilizam motor 2 litros sobre o capô com cabeçote multiválvulas. A diferença dos 138 cv do Mégane para os 143 do Peugeot é imperceptível, seja no cotidiano, seja em nossos testes de pista. Em Limeira (SP), o 307 começou melhor, fazendo a prova de 0 a 100 km/h em 13,2 segundos, 3 décimos mais rápido que o Mégane. O Renault deu o troco nas retomadas e ainda apresentou pequena vantagem no consumo, fazendo 8,9 km/l na cidade e 12,5 na estrada. O Peugeot cravou seus números em 8 e 12 km/l.
Na cidade, a bordo de qualquer um dos conversíveis, você vai achar a suspensão dura. Novamente, olhe para o conjunto de roda e pneu. Quando a Renault trouxe a primeira versão do Mégane - em que tivemos a chance de andar em junho passado -, ela afirmou que trocaria as rodas do carro por outras, aro 16, a fim de melhorar nesse quesito. Verdade ou não, o modelo que avaliamos continuava com aro 17 e pneus 205/50. Em compensação, no asfalto liso, a dirigibilidade dos dois cupês convence e eles mostram mais firmeza que suas versões "normais", agradando quem gosta de acelerar e dirigir de forma mais esportiva. Mas o 307 conta com controle de estabilidade, item que faz diferença e é indisponível no rival.
Se você já mora em uma cobertura e está na dúvida entre esses dois carros, opte pelo Mégane. Ele tem menos sex-appeal, é verdade. Mas o teto de vidro impressiona quem entra no carro pela primeira vez. Além disso, é mais barato, oferece dois anos a mais de garantia e tem um comportamento tão bom quanto o do rival. Isso sem falar no fato de que, em 2009, o 307 CC vai virar 308.
Que ninguém se iluda quanto ao tempo de uso do carro com o teto aberto, ainda mais por aqui, onde o sol é implacável e a cultura dos vidros fechados é questão de segurança nacional. Mas é bom saber que, ao toque de um botão, você pode desfrutar da impagável sensação de dirigir numa boa estrada sob céu estrelado numa noite de verão. Isso sem ter de abrir mão da beleza das linhas de um cupê, quando o tempo (e a capota) fechar. Conversível barato ainda está para nascer, mas reunimos os dois exemplares mais acessíveis do nosso mercado: 307 CC e Mégane Cabriolet.
Tudo bem, sabemos que classificar como acessíveis carros com preço acima de 120 000 reais pode soar como uma provocação - mas não é. Serve como atenuante o fato de o modelo conversível mais barato de nosso mercado, depois desses dois, ser o Audi TT Roadster, que custa 234 000 reais. E um BMW 335i Cabrio chega a exorbitantes 319 000 reais. Mégane e 307 custam, respectivamente, 124 890 e 145600 reais.
O pacote de equipamentos dos dois carros é bem parecido. Eles só existem na versão automática e seqüencial e já trazem de série direção assistida, ar-condicionado digital, trio elétrico e capota com acionamento elétrico. Os dois têm a vantagem de ter famílias enraizadas no Brasil - ok, o 307 é argentino - e compartilharem boa parte de suas peças. Mas o Mégane se dá melhor por oferecer maior garantia - de três anos, a mesma do sedã, contra apenas um ano do Peugeot - e por custar 20000 reais a menos que o rival.
Teto de vidro
Para os compradores desse tipo de carro, beleza é sim fundamental. O 307 tem linhas cativantes e aparência mais agressiva. O Mégane oferece exclusividade por ter o visual do modelo europeu, que não é vendido aqui. E tem no teto, desenvolvido pela Karmann, seu maior trunfo: ele é feito de vidro e deixa transparecer a luz natural, filtrando o calor. As duas carrocerias contam com uma boa dose de reforços estruturais para compensar a "falta" do teto rígido. Nos dois carros as colunas de pára-brisa são reforçadas e um dispositivo anticapotamento levanta os encostos de banco traseiro a fim de proteger os ocupantes. A grande preocupação de quem compra - e fabrica - esses carros é o nível de ruído, gerado pelo contato entre partes quando a carroceria torce. Os grilos habitam ambos os modelos, mas são mais pronunciados no Mégane, ainda que nossos testes tenham assinalado níveis de ruído interno bem próximos. Não ajuda, nesse capítulo, tanto o Renault, quanto o Peugeot, usarem rodas aro 17. Com isso, as vibrações do solo são transmitidas para a suspensão e, conseqüentemente, para a carroceria.
Na cabine, o 307 leva vantagem. Couro e alumínio travam uma disputa territorial interna. Revestindo bancos e painéis das portas, o couro vence. Com exceção dos mostradores com fundo branco e do volante com detalhes de alumínio, o painel é o mesmo do hatch. No console central ficam dois botões. Um deles abaixa os quatro vidros ao mesmo tempo. O outro realiza o serviço de abertura da capota. Tudo é feito em 25 segundos.
Já no Mégane o interior é basicamente o mesmo do sedã e da perua: painel, volante, comandos da coluna, console, rádio, revestimento das portas. As diferenças começam na grafia dos mostradores, mais moderna, e na iluminação, branca em vez do laranja que habita o painel dos modelos nacionais. No console onde fica o manche que faz o papel de alavanca de freio de mão também há duas teclas: uma para abrir e fechar todos os vidros de uma só vez e outra que comanda o mecanismo de recolhimento do teto transparente. O processo de abertura é automático e mais rápido. Não há travas manuais na carroceria e a seqüência leva 22 segundos. E, assim como no Peugeot, um sinal sonoro indica o fim do processo, tanto para abrir quanto para fechar. Não tem segredo.
Levar amigos para passear em qualquer um dos conversíveis é uma festa, desde que com a capota aberta. Com ela fechada, o programa vira confinamento. O Mégane privilegia o espaço para a cabeça, mas aperta os joelhos de dois adultos. No 307, é o contrário. As pernas vão bem, mas a cabeça vai raspando no vidro traseiro. O porta-malas do Renault é uma surpresa. Leva 490 litros, desde que a capota não esteja recolhida. Na opção conversível, a capacidade cai para 190. O do Peugeot chega perto: são 417 litros com o teto fechado. Aberto, ele dá o troco e leva 232.
Ao volante, os dois carros são parecidos. Utilizam motor 2 litros sobre o capô com cabeçote multiválvulas. A diferença dos 138 cv do Mégane para os 143 do Peugeot é imperceptível, seja no cotidiano, seja em nossos testes de pista. Em Limeira (SP), o 307 começou melhor, fazendo a prova de 0 a 100 km/h em 13,2 segundos, 3 décimos mais rápido que o Mégane. O Renault deu o troco nas retomadas e ainda apresentou pequena vantagem no consumo, fazendo 8,9 km/l na cidade e 12,5 na estrada. O Peugeot cravou seus números em 8 e 12 km/l.
Na cidade, a bordo de qualquer um dos conversíveis, você vai achar a suspensão dura. Novamente, olhe para o conjunto de roda e pneu. Quando a Renault trouxe a primeira versão do Mégane - em que tivemos a chance de andar em junho passado -, ela afirmou que trocaria as rodas do carro por outras, aro 16, a fim de melhorar nesse quesito. Verdade ou não, o modelo que avaliamos continuava com aro 17 e pneus 205/50. Em compensação, no asfalto liso, a dirigibilidade dos dois cupês convence e eles mostram mais firmeza que suas versões "normais", agradando quem gosta de acelerar e dirigir de forma mais esportiva. Mas o 307 conta com controle de estabilidade, item que faz diferença e é indisponível no rival.
Se você já mora em uma cobertura e está na dúvida entre esses dois carros, opte pelo Mégane. Ele tem menos sex-appeal, é verdade. Mas o teto de vidro impressiona quem entra no carro pela primeira vez. Além disso, é mais barato, oferece dois anos a mais de garantia e tem um comportamento tão bom quanto o do rival. Isso sem falar no fato de que, em 2009, o 307 CC vai virar 308.