segunda-feira, 30 de julho de 2012
Teste: Nova Ford Ranger
A Ford escolheu a cidade de Salta, cidade localizada no nordeste da Argentina, para a apresentação oficial e test-drive da Nova Ranger 2013 com uma mega-estrutura e cenário cinematográfico. Mais de 200 jornalistas especializados da América Latina puderam conhecer melhor a nova geração da picape em testes por rodovias e um amplo trajeto off-road.
A briga no segmento de picapes médias está cada vez mais acirrada. Para tentar desbancar a atual líder Chevrolet S10, a Ford utiliza a mesma receita e passa a oferecer uma ampla gama com um inédito motor flex e dois propulsores à diesel. Assim, a Ford dispõe de um mix de 12 versões com as variações das carrocerias de cabine simples e dupla.
Fruto do Projeto One Ford, o desenvolvimento da Nova Ranger consumiu investimentos de 1,1 bilhão de dólares, o que incluiu a criação de uma plataforma global totalmente nova e testes por mais de 1 milhão de quilômetros. A Nova Ranger será produzida em três continentes – Ásia, África e América – para atender mais de 180 mercados mundiais.
No Brasil
A Ford Ranger será oferecida no mercado brasileiro em versões equipadas com o novo motor 3.2 Diesel Duratorq de cinco cilindros e turbo de geometria variável que entrega 200 cavalos de potência e torque de 47,9 kgfm. Este motor poderá ser equipado com câmbios manual ou automático, ambos de seis velocidades. Para frotistas, a Ranger também contará com o propulsor 2.2 Diesel Duratorq de 125 cavalos de potência associado ao novo câmbio manual de seis marchas.
Outra grande novidade que permitirá a Ranger enfrentar a S10 de igual para igual é a estreia do motor 2.5 Flex Duratec. O bloco de quatro cilindros dispõe de comando de válvulas variável e entrega potência de 173 cv e torque de 24,78 kgfm quando abastecido com etanol e 168 cv e 24,07 kgfm com gasolina. Este propulsor será oferecido somente com o câmbio manual de cinco marchas.
Os modos de tração 4×4 normal e reduzida estão disponíveis para as versões diesel. A Nova Ranger conta com seletor eletrônico localizado no console que permite que a troca do modo 4×2 para o 4×4 possa ser feita a até 120 km/h. Os recursos para utilização off-road também são nova referência na categoria. Entre as novidades estão o diferencial traseiro blocante e capacidade de imersão em água de 80 centímetros.
Os freios contam com ABS e EBD nas quatro rodas e o sistema de Controle Eletrônico de Estabilidade (ESP) tem 8 funções: controle de tração, controle automático de de velocidade em descidas, assistente de partida em rampa, controle de oscilação de reboque, controle Adaptativo de carga, controle anticapotamento, luz de frenagem de emergência e assistência em frenagem de emergência.
Entre os itens de segurança passiva, a Ranger oferece versões equipadas com até 6 airbags, cintos de segurança com pré-tensionadores e limitador de carga, célula de segurança reforça com proteção lateral e zonas de deformação programada. Equipada com este itens, a Ranger obteve a classificação de 5 estrelas no Euro NCAP, o que a tornou a primeira picape média a conquistar pontuação máxima.
Os itens de tecnologia também são fartos, mas variam de acordo com as versões. Entre os principais estão o ar-condicionado automático digital dual zone, tela colorida de 5 polegadas com GPS (nas versões sem GPS a tela é de 4,2 polegadas), câmera de ré com imagem no retrovisor, sensor de estacionamento traseiro, bancos com ajuste elétrico em 8 direções, computador de bordo, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis com ajuste elétrico de de altura, piloto automático e controle de áudio no volante, sistema de som com entradas USB, iPod e Bluetooth e vidros e travas elétricas.
Impressões ao dirigir a Nova Ranger
“Nenhum parafuso desta picape foi aproveitado de outro veículo”. Assim, João Marcos Ramos, Diretor de Design da Ford, ressaltou que a Ranger é uma picape completamente nova. Da geração anterior só se aproveitou o nome.
A unidade testada em Salta foi a versão top de linha, a Ranger 3.2 Limited, mas na configuração argentina equipada com o novo câmbio manual de seis marchas. No Brasil, esta versão será vendida somente com o câmbio automático.
A Ranger oferece um visual moderno e bastante atrativo. Com linhas imponentes que transmitem robustez, a picape chama a atenção também pelas suas generosas dimensões. O nome Ranger está presente embutido no friso cromado e destacado na tampa da caçamba.
Na parte interna, o acabamento fica muito próximo ao de um carro de passeio, com muitos recursos de conforto e tecnologia nesta versão top de linha. O material plástico utilizado no painel aparenta boa qualidade, com cortes e encaixes bem feitos. Quanto à utilização dos plásticos, a marca diz que num carro deste porte é uma necessidade para facilitar a limpeza. Os comandos do sistema de som e operação do ar condicionado no console central são bastante intuitivos e de fácil manuseio. Detalhe negativo é o comando do computador de bordo, o qual é acionado pelo botão do hodômetro, fato que dificulta seu manuseio quando se está com a picape em movimento.
A melhor posição para dirigir é obtida através dos ajustes elétricos do banco do motorista e de altura do volante, sendo o que o de profundidade não está disponível. O banco de trás oferecem bom espaço para as pernas e cabeça, mas assim como a Hilux, faz com que os joelhos fiquem um pouco flexionados, o que cansa em viagens mais longas. Apesar do ar digital dual zone, falta também uma saída de ar para o banco traseiro.
Ao iniciar o teste, rodamos cerca 25 quilômetros em trechos de bom asfalto. Logo nota-se as qualidades da Nova Ranger: baixíssimo nível de ruído interno, boa estabilidade, direção com respostas muito parecidas com as de um carro de passeio. Um detalhe interessante é o curto curso da alavanca de câmbio, bem menor do que muitos veículos menores, o que causa certa estranheza no início, mas agrada com a adaptação, além da vibração quase imperceptível. As respostas do motor de 200 cavalos são vigorosas, mas para boas retomadas, foi necessário reduzir bem as marchas.
No trecho off-road, a Nova Ranger não encontrou dificuldades para vencer uma estrada com muitas ondulações, imperfeições e rochas. O nível de balanço da cabine também agradou neste terreno. Os trechos mais severos exigiram o uso da tração 4×4 reduzida, selecionada através de um botão no console. A picape superou com facilidade um aclive acentuado, ocasião em que também foi testado o assistente de partida em rampa (Hill Holder). Em seguida, foi testado o sistema de controle de descida, que uma vez acionado, faz o trabalho “sozinho” sem a necessidade de pisar no freio com opção de controle de velocidade através do botão do piloto automático no volante.
Com possibilidade de imersão em águas com até 80 cm de profundidade, a Nova Ranger enfrentou percursos consideráveis com água e muitas pedras, mas mesmo assim, passou sem problemas.
A impressão inicial neste teste é de uma leve superioridade da Nova Ranger frente à Volkswagen Amarok, mesmo com seu câmbio automático de oito marchas, da Nova Chevrolet S10, atual líder do segmento e também da Toyota Hilux, devido à modernidade do projeto, tecnologia embarcada, acabamento e nível de segurança. Versões e preços a Ranger dispõe para buscar a liderança do segmento, mas resta saber se a marca conseguirá atender uma eventual alta demanda. Sem citar previsões de vendas, a Ford apenas confirmou que a linha de produção da Ranger está operando em capacidade máxima.
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