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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Volkswagen Passat fica maior e mais barato nos EUA




Passat fica maior e mais barato de olho nos EUA
Sedã quer reforçar a presença da Volkswagen no mercado americano

      Mesmo deixando de ser o maior mercado de veículos do mundo, título que passa para a China, os Estados Unidos estão longe de perder a pose. E muito mais ainda de seu mercado perder importância para as grandes montadoras mundiais. Ainda mais a Volkswagen, que almeja ser a maior fabricante do planeta até 2018. Por esta razão, ter produtos focados no mercado norte-americano é fundamental para a marca alemã – ainda mais que em seu quintal as vendas não vão tão bem. Desta lógica, surgiu no Salão de Detroit um Passat ao gosto ianque. Maior que o similar europeu, mais barato e com uma plataforma nova. Tudo para se afirmar em um país que vendeu 11,5 milhões de unidades em 2010 e onde a própria Volks registrou um aumento de mais de 20% nas vendas no ano passado, com 360.300 unidades entregues.

      O Passat "made in USA" ficou principalmente mais comprido. Afinal, apesar da nova onda de carros compactos, o mercado norte-americano continua de braços abertos para os modelos grandalhões. Ou seja, o sedã médio-grande que na Europa tem 4,76 metros de comprimento e 2,71 m de distância entre-eixos, nos Estados Unidos cresceu respectivamente 11 cm e 9 cm, com totais 4,87 m e 2,80 m – na largura passou de 1,82 para 1,83 m e a altura foi mantida em 1,47 m.



      Com esta esticada e mesmo com uma nova arquitetura, o novo Passat difere pouquíssimo do modelo europeu, que na Europa sofreu apenas um face-lift no ano passado, sem ganhar, de fato, uma nova geração. O três volumes ianque conta com uma janelinha espia triangular próxima à coluna traseira, o que reforça a percepção de ser um modelo mais comprido. No mais, basicamente tem o mesmo visual do europeu. A frente privilegia os elementos horizontalizados que ditam a atual tendência de design da Volks. A grade dianteira levemente bicuda tem três barras cromadas deitadas e parece se integrar aos faróis com cortes bem definidos.

      As linhas limpas predominam no capô, enquanto nas laterais um vinco na altura das maçanetas e uma espécie de musculatura na parte inferior das portas harmoniza com a linha de cintura praticamente plana do Passat. Na traseira, poucas saliências ou ousadias. As lanternas horizontalizadas têm cortes bem definidos e invadem as laterais. O vidro largo e inclinado encontra uma tampa de porta-malas com seções bem definidas e lisas. Um visual bastante harmônico, mas também sóbrio e despido de ousadias, como é característico na Volks.



      Por dentro, o quadro de instrumentos é o mesmo visto em outros modelos da marca, como o próprio Passat europeu e o Jetta. As versões mais requintadas terão revestimento em couro natural e abuso de detalhes cromados, além do indefectível acabamento em madeira que faz a cabeça dos norte-americanos. Detalhes que deverão passar longe da versão S, a de entrada, que quer atrair o mercado com o preço inicial de US$ 20 mil – cerca de R$ 34 mil –, mais interessantes que os US$ 28 mil pedidos inicialmente pelo modelo na Europa. E que o deixa em melhores condições para brigar com pesos pesados como Toyota Camry – automóvel de passeio mais vendido nos Estados Unidos –, Honda Accord e Ford Fusion, que também ficam na faixa dos US$ 20 mil.

      Bancos elétricos, rádio via satélite com tela sensível ao toque, faróis de neblina com iluminação estática nas curvas, partida sem chave e ar automático, por exemplo, serão distribuídos entre as versões intermediária SE e top SEL, cujos preços ainda não foram divulgados. Dois itens que vão integrar a SEL, porém, podem agradar em cheio ao mercado norte-americano, sempre muito desconfiado de nós e de todos. Um deles é o Valet Parking, um botão dentro do porta-luvas onde se remove uma chave especial. Com ele, é possível entregar o carro ao manobrista para ser estacionado, mas o porta-luvas e o portamalas ficam trancados e só são abertos com a tal chave. O outro dispositivo é o Remote Start, sistema de partida do motor à distância. Segundo a Volks, isso possibilita que o motorista ligue o carro por controle remoto antes de entrar para que o sistema de climatização resfrie ou aqueça até uma temperatura pré-determinada.



      Na parte de motores, o Passat vai ser vendido com opções de um 3.6 V6 a gasolina de 280 cv e 36,4 kgfm entre 2.500 e 5 mil rpm combinado com a transmissão de seis velocidades DSG, sistema de dupla embreagem, ou com um turbodiesel TDI com injeção direta common rail, que gera 140 cv e 33,3 kgfm entre 1.750 e 2.500 giros. Esta unidade trabalha com um câmbio manual de cinco marchas, mas pode receber opcionalmente o DSG. Só que o propulsor que a Volks aposta é o 2.5 de cinco cilindros, 170 cv e 25 kgfm – o mesmo que equipa o Jetta no Brasil. Para a marca, vai responder por 2/3 do mix do sedã.

      O Passat vai ser produzido na unidade de Chattanooga, no Tenessee, e suas vendas começarão em agosto. A fábrica resume bem as ambições da marca nos Estados Unidos. Terá capacidade produtiva de 200 mil unidades/ano inicialmente. Com este aporte e outros lançamentos de utilitários esportivos específicos para o mercado ianque, a Volks tem como meta triplicar suas vendas no país e chegar a 800 mil unidades comercializadas até 2018 por lá. Um passo importante para, no mesmo ano, ser a maior do mundo como tanto deseja.

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