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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Kia Sportage

Fabio Aro e Marcos Camargo
Recursos off-road impendem que o Sportage se intimide no mato, mas suspensão tem curso pequeno

Jogo da memória: feche os olhos e tente se lembrar da geração atual do Sportage. Agora, compare as imagens na sua cabeça às daqui e responda: o que há de igual entre elas? Nada? Ah, encontrou semelhanças? Tsc, tsc, tsc. Lamento dizer que é só a sua imaginação. Além do nome, a nova geração do utilitário não traz heranças do antecessor. Parece ousadia da Kia mudar radicalmente o veículo que teve 860 mil unidades vendidas no mundo todo desde 2004 e foi seu “best-seller” no Brasil no ano passado? Pode até ser. Contudo, a arrancada da marca coreana, que partiu da quase extinção em 1998 para mais de uma década de crescimento ininterrupto, mostra que a estratégia está funcionando – e a tendência é que continue assim.

Não acredita? Pois saiba que o Sportage evoluiu não só no visual, mas também no conforto, na dirigibilidade e até no desempenho, embora de modo mais tímido. Comecemos pelo que está bem à vista. A nova identidade visual da Kia está presente na dianteira. A grade no estilo “nariz de tigre” confere aspecto invocado ao se alargar pelas laterais até incorporar os faróis – na versão brasileira, infelizmente, não haverá o belo feixe de leds, opcional nos EUA. Os detalhes cromados que contornam a grelha sobem em direção ao capô, onde encontram vincos altos, bem definidos. Eles terminam junto à coluna A, que segue a forte inclinação do para-brisa para se encaixar no teto baixo – o Sportage tem 1,63 m de altura, 6 cm a menos que na geração anterior. Essa medida, em conjunto com a redução de 91 kg no peso (para 1.479 kg), melhorou a dinâmica do carro. Bom para quem dirige. Nem tanto para os passageiros altos, que ficam próximos de raspar a cabeça quando sentados no banco traseiro.


Fabio Aro e Marcos Camargo
Visual da traseira é limpo e traz a luz de seta em posição horizontal, na altura onde a tampa do porta-malas termina
Antes de entrar no Sportage é preciso ressaltar que, além de mais baixo, ele está mais próximo do chão: são 17,2 cm de altura livre do solo, ante os antigos 19,5 cm. Em compensação, ele cresceu 9 cm em comprimento (4,44 m), 15 cm em largura (1,85 m) e 10 cm de entre-eixos (2,64 m). Na lateral, os vidros estreitos acompanham a linha de cintura elevada, deixando o utilitário com ar esportivo. Mas isso gera um inconveniente para quem tem estatura de mediana a baixa: acomodado no banco da frente, o ocupante se sentirá de volta à infância, já que o assento não tem regulagem de altura. O visual da traseira é clean, com lanternas horizontais. “A intenção era chegar a um desenho moderno e limpo, feito para durar mais tempo e ter apelo junto a um público mais jovem”, diz Enrique Giner, gerente de design do centro de estilo da Kia na Califórnia.



Fabio Aro e Marcos Camargo
Fabio Aro e Marcos Camargo
Console central é estiloso e interior segue a fórmula do visual externo, com linhas limpas. Iluminação em vermelho agrada

Fabio Aro e Marcos Camargo
Porta-malas cede espaço sob o assoalho para o estepe, banco traseiro é bipartido

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